A tradição
salesiana identifica três etapas que levam ao pecado:
1. O pecado, grande ou
pequeno, é sugerido;
2. A sugestão pode ou
não agradar a pessoa tentada;
3. A pessoa pode ou não
recusar-se a tentação;
Vamos ser claros: ser
tentado não é, em si mesmo, pecaminoso! As tentações não podem
tornar-nos desagradáveis a Deus "a menos que nos deleitemos nelas
e/ou as consintamos", aconselha São Francisco Sales. "Deixemos
aos inimigos da nossa salvação colocar as suas armadilhas, tentações, tanto
quanto eles gostam diante de nós. Deixemo-los sempre permane-cer
na porta dos nossos corações buscando a entrada. Deixemos que façam
tantas propostas quanto queiram. Enquanto nós estejamos determinados a não
ter prazer nisso, não poderemos nunca ofender a Deus."
Nossa primeira linha de
defesa contra a tentação é desviar a nossa atenção delas, mas
fazê-lo suavemente, com calma e simplesmente. Santa Joana de
Chantal recomenda que "não lhes prestemos atenção, fazendo o que
for preciso para afastar nossa mente delas."
Seus métodos, não obstante enérgicos,
devem refletir moderação. Esta moderação é crítica. Se nós reagirmos
na presença das tentações, certamente diminuiremos nossa habilidade para
resistir. Perder nossa calma diante de uma tentação, simplesmente aumenta nosso
labirinto espiritual, permitindo que Satanás "pesque, como se fosse
em águas turbulentas.
As estratégias para combater
uma tentação específica dependem do tamanho e natureza da própria tentação.
Grandes tentações podem ser resistentes
aos nossos esforços de simplesmente recusá-las. Na verdade elas podem perseguir-nos.
Os remédios para lidar com este tipo da tentação incluem:
1. Unir-se a Cristo Crucificado.
2. Falar sobre isso com seu
diretor espiritual, confessor ou amigo de confiança;
3. Resolver ser tão teimoso
como determinado com a mesma tentação;
4. Acima de tudo não olhar
para a tentação nem discutir com ela. Manter a sua atenção no Senhor.
As pequenas tentações podem faltar
em qualidade, mas lhes sobra em quantidade. Assim como moscas pequenas ou os
mosquitos zumbindo nos nossos ouvidos, picando no nariz ou nas bochechas, as
tentações nos tiram a visão. Quer um conselho?
Pare de perder tempo
examinando-as. Simplesmente espante-as praticando a virtude oposta.
Uma palavra de
advertência. Na verdade as pequenas tentações podem ser mais perigosas
para nossa saúde espiritual precisamente porque, elas são muito frequentes e
parecem tão insignificantes! Fiéis que estão tentando crescer na santidade podem
resistir com êxito numa tentação só pelo fato de que as pequenas os deixaram
esgotados e comprometidos com seus múltiplos e insidiosos assaltos.
Toda essa conversa de como
resistir às tentações passa por alto a outra percepção importante da espiritualidade
salesiana: as tentações realmente podem servir para nos lembrar de nossa
necessidade de crescer, de nossa necessidade daquilo que é bom e da nossa
necessidade de Deus. São Francisco de Sales diz-nos que a experiência com
a tentação pode "fazer-nos voltar à realidade, fazer-nos pensar sobre a
nossa fraqueza, e ser a causa de que tenhamos que recorrer mais
rapidamente" ao nosso Criador.
Quando fala a voz da
tentação, afaste a vista de sua mente; cubra os ouvidos do seu coração. Busque
o amor e a força de Deus que o criou, que o remiu e que o
inspira.
Acima de tudo, pratique uma
vida de virtude. Não há melhor remédio contra a tentação do que estar
de outro modo ocupado fazendo o trabalho do Senhor.
Para refletir:
1. Que tipo
de tentações muitas vezes você enfrenta?
2. Quais as
estratégias empregadas por você para resistir?
3. Que virtudes opostas
você poderia praticar para fazer frente a essas tentações?
4. Você tem um diretor,
confessor espiritual ou amigo que pode apoiar em seus esforços
para resistir tentação e praticar a virtude?