segunda-feira, 22 de abril de 2013

Perpectivas Salesianas 13 - Tentações: encontrando-as e lutando contra


A tradição salesiana identifica três etapas que levam ao pecado:
1. O pecado, grande ou pequeno, é sugerido;
2. A sugestão pode ou não agradar a pessoa tentada;
3. A pessoa pode ou não recusar-se a tentação;

Vamos ser claros: ser tentado não é, em si mesmo, pecaminoso! As tentações não podem tornar-nos desagradáveis a Deus ​​"a menos que nos deleitemos nelas e/ou as consintamos", aconselha São Francisco Sales. "Deixemos aos inimigos da nossa salvação colocar as suas armadilhas, tentações, tanto quanto eles gostam diante de nós. Deixemo-los sempre permane-cer na porta dos nossos corações buscando a entrada. Deixemos que façam tantas propostas quanto queiram. Enquanto nós estejamos determinados a  não ter prazer nisso, não poderemos nunca ofender a Deus."
Nossa primeira linha de defesa contra a tentação é desviar a nossa atenção delas, mas fazê-lo suavemente, com calma e simplesmente. Santa Joana de Chantal recomenda que "não lhes prestemos atenção, fazendo o que for preciso para afastar nossa mente delas."

Seus métodos, não obstante enérgicos, devem refletir moderação. Esta moderação é crítica. Se nós reagirmos na presença das tentações, certamente diminuiremos nossa habilidade para resistir. Perder nossa calma diante de uma tentação, simplesmente aumenta nosso labirinto espiritual, permitindo que Satanás "pesque, como se fosse em águas turbulentas.

As estratégias para combater uma tentação específica dependem do tamanho e natureza da própria tentação.

Grandes tentações podem ser resistentes aos nossos esforços de simplesmente recusá-las. Na verdade elas podem perseguir-nos. Os remédios para lidar com este tipo da tentação incluem:
1. Unir-se a Cristo Crucificado.
2. Falar sobre isso com seu diretor espiritual, confessor ou amigo de confiança;
3. Resolver ser tão teimoso como determinado com a mesma tentação;
4. Acima de tudo não olhar para a tentação nem discutir com ela. Manter a sua atenção no Senhor.

As pequenas tentações podem faltar em qualidade, mas lhes sobra em quantidade. Assim como moscas pequenas ou os mosquitos zumbindo nos nossos ouvidos, picando no nariz ou nas bochechas, as tentações nos tiram a visão. Quer um conselho?

Pare de perder tempo examinando-as. Simplesmente espante-as praticando a virtude oposta.

Uma palavra de advertência. Na verdade as pequenas tentações podem ser mais perigosas para nossa saúde espiritual precisamente porque, elas são muito frequentes  e parecem tão insignificantes! Fiéis que estão tentando crescer na santidade podem resistir com êxito numa tentação só pelo fato de que as pequenas os deixaram esgotados e comprometidos com seus múltiplos e insidiosos assaltos.

Toda essa conversa de como resistir às tentações passa por alto a outra percepção importante da espiritualidade salesiana: as tentações realmente podem servir para nos lembrar de nossa necessidade  de crescer, de nossa necessidade daquilo que é bom e da nossa necessidade de Deus. São Francisco de Sales diz-nos que a experiência com a tentação pode "fazer-nos voltar à realidade, fazer-nos pensar sobre a nossa fraqueza, e ser a causa de que tenhamos que recorrer mais rapidamente" ao nosso Criador.
Quando fala a voz da tentação, afaste a vista de sua mente; cubra os ouvidos do seu coração. Busque o amor e a força  de Deus que o criou, que o remiu e que o inspira.

Acima de tudo, pratique uma vida de virtude. Não há melhor remédio contra a tentação do que estar de outro modo ocupado fazendo o trabalho do Senhor.

Para refletir:

1. Que tipo de tentações muitas vezes você enfrenta?
2. Quais as estratégias empregadas por você para resistir?
3. Que virtudes opostas você poderia praticar para fazer frente a essas tentações?
4. Você tem um diretor, confessor espiritual ou amigo que pode apoiar em seus esforços para resistir tentação e praticar a virtude?


sexta-feira, 19 de abril de 2013

Reflexão salesiano para o IV Domingo de Páscoa - 21 de abril de 2013





























Dos escritos de São Francisco de Sales

No Evangelho de hoje nós experimentamos Jesus como o Bom Pastor que cuida de seu rebanho. São Francisco de Sales lembra-nos que também nós devemos ser bons pastores, cuja missão é assumir a cuidar do próprio rebanho:
Alguns dizem que os pastores representam todos aqueles que desejam alcançar a santidade. Mas, se cada um de nós é um Pastor, quem são nossas ovelhas? Nossas ovelhas são representadas em nossos desejos, em nossos sentimentos e em nossas emoções. Esse é o rebanho espiritual que devemos vigiar. Jesus nos ensina como gerenciar o nosso rebanho de desejos, sentimentos e emoções, e mantê-lo sob controle.
Assim como um pastor cuida de seus animais, o nosso Bom Pastor nos reúne todos ao seu redor para nos tornarmos parte de Si mesmo. Seu desejo é que nós controlemos nossas vidas à luz da vontade de Deus, ao invés de sermos dependentes de nossa teimosia e de nossas ambições. Em Jesus aprendemos a governar o nosso rebanho para redirecionar os desejos, sentimentos e emoções de modo que levem a saúde espiritual.
Certamente, o que mais agradaria ao Nosso Bom Pastor, seria o fato de lhe oferecermos a ovelha do nosso amor. O amor é o primeiro desejo do espírito humano. O verdadeiro amor é o que temos quando vivemos de acordo com as inspirações e impulsos que Deus semeia em nós.
Nosso Deus é o Deus do coração humano. Nossos corações estão sedentos de Deus. Todos nós temos uma tendência natural a querer conhecer e amar a Deus. Nenhum outro amor pode nos satisfazer mais do que a bondade infinita que Deus pode fazer. Somente através Dele é que conseguiremos o nosso sustento para sempre.
Santo Agostinho dizia: "Ame a Deus. E faça o que quiser." Quando conseguirmos que todos os nossos amores fluam do amor de Deus, então poderemos realmente dizer que nós amamos. Quão felizes nós seremos se continuarmos sempre na presença de Nosso Bom Pastor, e se nos dedicarmos a imitar fielmente o seu exemplo! Então, serviremos Deus da maneira como Ele quer que façamos, e seremos bons pastores, tanto para nós mesmos como para os outros.
(Adaptado a partir dos escritos de São Francisco de Sales)

Destaque: "Conversando com eles, os dois insistiam para que continuassem fiéis à graça de Deus."

Perspectiva Salesiana

O conselho de Paulo e de Barnabé à Igreja de Antioquia, de permanecerem fiéis à graça de Deus, foi o conselho sensato para os novos crentes que estavam vivendo no meio de turbulência religiosa. Mas o que significou esta piedosa exortação para aqueles que ouviram e o que significa para nós hoje em dia, em nossos esforços para manter essas palavras da Escritura em um plano importante em nossas vidas?
É um apelo à humildade e à mansidão Salesiana.
Paulo lembra que os cristãos são chamados a serem fiéis, não perfeitos. Viver na verdade, respeitando quem somos, lembra que precisamos constantemente da misericórdia e do perdão de Deus. Ninguém é perfeito. Nós cometemos erros e precisamos ser gentis quando perdoamos, e não pedir desculpas pelas coisas que não fizemos. A perfeição não permite erros. A fidelidade não permite que sejamos conquistados por eles.
Assume um relacionamento contínuo com Deus em primeiro lugar.
A nossa vida de oração é consistente e honesta? É difícil ser fiel a alguém com quem nunca se conversa.
Requer uma nova visão.
Permanecer fiel à graça de Deus nos chama a ver a vida, suas coisas e eventos como dons que nos foram dados gratuitamente por Deus que nos fortalece e que nos ama, que é para nós e que está sempre do nosso lado. Nosso Deus é um Pai amoroso, um Bom pastor que cuida de suas ovelhas e que se preocupa com a manutenção do bem-estar do rebanho em sua mente, constantemente.
Exige flexibilidade.
A graça, como um dom gratuito, não pode ser controlada. De Sales disse uma vez: Bem-aventurados são os corações flexíveis, porque eles nunca serão derrubados. Talvez possamos acrescentar: Bem-aventurados também são aqueles cuja fidelidade é flexível, porque a graça de Deus sempre estará com eles.
O ministério de Paulo e Barnabé descrito na primeira leitura de hoje mostra flexibilidade quando eles, depois de terem fracassado em seus esforços para pregar aos judeus, decidem ir para aos gentios, guiados pelo Espírito. Eles mostram mais interesse. Eles buscaram e viram a graça de Deus trabalhando, mesmo no meio da rejeição e do abuso. Numa escala mais humilde, mas não menos importante, somos chamados a exercer o mesmo tipo de flexibilidade quando pregamos sobre a graça de Deus e pelo modo como vivemos nossas vidas com paixão e precisão. Paulo e Barnabé estavam repletos da alegria do Espírito Santo. Nossa recompensa não pode ser menor. 

P. Michael S. Murray, OSFS - Diretor-geral do Centro de Espiritualidade de Sales.
Tradução e adptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

domingo, 14 de abril de 2013

Perspectivas Salesianas 12 - Decisões... Discernir a vontade de Deus


"O que Deus quer que eu faça?" Esta questão é simplesmente o coração do discernimento. Esta questão é também o coração da Tradição Salesiana.

O discernimento pressupõe pelo menos quatro coisas:
• Deus existe.
• Deus está perto de mim.
• Deus tem um plano ou desejo para mim.
• Eu posso conhecer a vontade de Deus.

A Tradição Salesiana descreve o discernimento como uma experiência vida entre as "duas vontades de Deus."

A vontade de Deus é manifestada, de modo geral, através dos seus Mandamentos e conselhos encontrados na Escritura; na autoridade e no ensinamento da Igreja; na tradição e na experiência vivida pelos fiéis cristãos; na inspiração do Espírito; nos deveres de cada um ou vocação na vida.

Por exemplo, se você é casado e está formando uma família, a vontade significada de Deus para você inclui essas coisas: viver uma vida virtuosa; honrar pai e mãe; guardando as festas; crendo que Cristo está verdadeiramente presente na Eucaristia; encorajando o relacionamento com seu cônjuge; educar seus filhos na fé; sendo um bom pai.

A vontade de Deus se expressa também através daquelas circunstâncias atuais da vida sobre as quais você não tem controle: você está a caminho de uma reunião importante e se desprende uma calota do pneu do carro; você está pronto para sair do escritório quando um colega de trabalho lhe pede ajuda; você está assistindo TV quando seu filho lhe pede para revisar sua tarefa. Tudo isso o convida a perguntar-se, "aqui, agora, neste momento, o que é importante?"

A vontade tolerante de Deus envolve aquelas coisas que você tem controle ou influência. É hoje o dia que você enfrenta o colega de trabalho depois de uma disputa prévia? Você aceita ou declina desta promoção? O que seus filhos precisam de você neste momento? Deve colocar seu pai num asilo para os idosos?

Onde é necessária mais atenção na relação entre você e seu cônjuge? Deveria ter tempo para realizar um trabalho voluntário? Como você deveria investir o seu dinheiro?

O discernimento é o processo de abrir-se ao convite da vontade indulgente Deus para viver corretamente a vontade significada de Deus e até exigida pelas circunstâncias, relacionamentos e os eventos nos quais você se encontra.

Dito de outra forma: o discernimento significa escolher como cumprir melhor a vontade, desejos e anseios de Deus para você hoje, agora, neste exato momento. O que é melhor?  Ou quais são as melhores maneiras de imitar o exemplo de Cristo neste momento particular, circunstância ou evento, sem se preocupar que seja um único caso? Como saber o que é melhor ou o melhor?

Desenvolver a habilidade de escutar. Desenvolver a capacidade de filtrar o “equilíbrio” externo ou interno da sua vida. Reconhecer que o mais urgente nem sempre é o mais importante. Dê-se conta, também, que as coisas mais importantes devem esperar, por vezes, pelas urgentes.

Concentre-se para escutar a voz de Deus que lhe fala através da sua família, amigos ou colegas de trabalho. Preste atenção às exigências e responsabilidades do seu estado e situação na vida, tanto do planejado como do inesperado. A oração pessoal, a leitura das Escrituras, a celebração da Eucaristia, a busca de ajuda de um diretor espiritual, e a prática do Sacramento da Reconciliação podem ajudá-lo a aguçar seu ouvido.

O discernimento nunca ocorre num vazio... Sempre tem lugar dentro do contexto das suas relações com Deus, consigo mesmo, com os outros e a ordem criada em que vives. Busque amigos de confiança que o possam apoiar em suas tentativas de fazer o que é correto aos olhos de Deus.

Tenha presente também sua história pessoal. Aprenda com seus sucessos e erros do passado.

Acima de tudo, sem se preocupar se é fácil ou difícil discernir a vontade Deus, ponha sua confiança na presença de Deus. Mesmo quando não pode ver, ouvir ou sentir a voz Deus, o Espírito está com você.

Peça a Deus a graça e a coragem para discernir com sabedoria... cada dia.

O discernimento deve levar-nos a escolha e a ação. Suas escolhas:

1. O ajudam a praticar a virtude?
2. O permitem ser fiel ao seu estado ou a sua situação de vida atual?
3. Aumentam a sua sensação de tranquilidade?
4. Aprofundam a sua experiência  de alegria?
5. Enriquece as vidas dos outros?
6. Respeita as necessidades dos outros?
7. O torna um bom ouvinte?
8. O ajuda a fazer o que é bom, certo, e direito aos olhos de Deus?
9. O ajuda a integrar com sucesso  as exigências e responsabilidades da sua vida?

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Reflexão Salesiana para o terceiro Domingo de Páscoa - 14 de abril de 2013


O evangelho de hoje mostra Jesus que está presente nos compromissos cotidianos. Na espiritualidade salesiana é inculcada, fortemente, a ideia de se viver o dia a dia, o momento presente com um dom de Deus. É no dia a dia que Deus mostra o seu amor para conosco. É no dia a dia que Ele nos salva. É no dia a dia que nós o amamos e demonstramos nosso amor através de atitudes concretas. Isto deve ter acontecido com Pedro. Jesus ressuscitado se encontra com ele, e no meio das suas atividades diárias faz uma pergunta crucial: tu me amas mais do que estes? 
O Evangelho de hoje diz que Pedro, no momento em que afirmou seu compromisso de amar a Jesus, recebeu o chamado para fortalecer o rebanho de Jesus. São Francisco de Sales exorta-nos a ser discípulos, tal como foram os Apóstolos, e levar a Palavra de Deus aos outros:
Jesus perguntou três vezes a Pedro se ele o amava. O amor de Pedro por seu mestre transbordou seu coração. Foi a providência de Deus que levantou Pedro novamente. O amor é o meio universal da nossa salvação. O amor de Deus deve sempre ocupar o lugar principal em nossos corações. Não vamos perder tempo. Entreguemo-nos completamente à Divina Providência. A mão de Deus é muito amorosa na gestão do nosso coração!
O que Deus pode esperar de nós, senão exatamente o que ele pediu aos Apóstolos? Não é nada diferente daquilo que nosso Senhor veio fazer neste mundo: dar a vida a todos, para que todos possam vivê-la em abundância. Ele o fez, dando-nos a Sua graça. A graça tem poder não para dominar, mas para convencer nossos corações e levá-los a concordar com os movimentos do amor de Deus em nós.
Sempre que possível, devemos tentar chegar ao coração dos outros, como fazem os anjos, com suma delicadeza e sem coação. Temos o dever de ajudar e dar amor a todas as pessoas indiscriminadamente, mas devemos fazê-lo, sobretudo, com aquelas que mais precisam de nós. Temos que orientá-las a levar uma vida mais perfeita. Elas conseguem a plenitude em suas vidas se tiverem fé na palavra de Jesus, que vocês se encarregam de explicar. Elas vão viver uma vida mais abundante, seguindo o exemplo que vocês dão a elas.
Avancem com confiança e cheios de coragem, e cumpram o trabalho que foi confiado. Nunca digam: "Eu não estou pronto para essa tarefa." Caminhem para frente sem se preocupar, sem olhar para trás. Deus irá revelar o que dizer e o que fazer no tempo certo. Preocupem-se somente com uma coisa: crescer no amor e na fidelidade a bondade divina. Assim tudo ficará bem.

(Adaptado dos escritos de São Francisco de Sales) 
Tradução e adaptação: P. Tarcizio Paulo Odelli - SDB

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Perspectivas Salesianas 11 - Prática da perfeição.




















Prática...  que leva à perfeição...

"Sede perfeitos como vosso Pai que está nos céus é perfeito". (Mateus 5,48) Jesus chama cada um de um de nós a sermos perfeitos, isto é, permitindo-nos purificar-nos e transformar-nos pelo poder e amor salvífico de Deus, tornando-nos fontes deste poder salvador nas vidas de nossos irmãos e irmãs. Em poucas palavras, mostrando em nossas próprias vidas, cada um do seu jeito, a imagem e semelhança de Deus, pois fomos criados assim. E compartilhando a sua glória.
Precisamos ser claros sobre aquilo que nos torna perfeitos ou não.
É como um processo. É como uma viagem. É como cooperar com a graça do Espírito Santo, para permitir ao Altíssimo penetrar em cada nervo do nosso ser. É como aprender a ser humano de modo completo, de tal maneira que demos gloria a Deus por tudo e por cada um de nós mesmos. É como "viver em Jesus". Não é perfeccionismo. Não é estar livre de imperfeições. Não se trata de viver como anjos. Não se trata de um destino. A Espiritualidade Salesiana nos ajuda a viver o chamado a sermos perfeitos, a sermos santos.
Seja realista: Estabeleça metas para crescer numa perfeição que seja razoável. "Sua imaginação formou um ideal de perfeição absoluta que é impossível de se conseguir", deixando-a “como se estivesse pesada por gravidez e incapaz de dar a luz num nível maior de vida espiritual", escreveu São Francisco de Sales a uma mulher devota.
Utilize meios simples. Os caminhos elevados nem sempre são os melhores. “Pratique as virtudes do dia a dia: paciência com os outros, trabalho, humildade, bondade de coração, afabilidade, tolerância com nossa própria imperfeição e outras pequenas virtudes similares.”
A perfeição requer que mencionemos nossas imperfeições. "Queridas imperfeições", diz São Francisco de Sales. "Elas nos obrigam a reconhecer nossas falhas e nos fazem praticar a humildade e a paciência. A não sermos egoístas e a estarmos alertas. Pois Deus olha a honestidade de nossos corações e vê que é perfeita."
A paciência é o meio mais seguro para alcançar a perfeição. São Francisco Sales diz: "Seja paciente com outros, mas principalmente com você mesmo. Não se preocupe com as suas imperfeições, e tenha sempre coragem para levantar-se sozinho após uma queda. Esteja disposto a começar novamente, tantas vezes quanto for necessário. Não existe melhor maneira de crescer em relação à perfeição na vida espiritual do que iniciar novamente uma e outra vez, e nunca pensar que já conseguimos." 
Ser perfeito é não ser o que acreditamos que devemos ser. A perfeição não consiste em ter a visão de Deus de quem eu sou, mas confiar na graça e fazer com que isso aconteça de acordo com o plano de Deus e não com o meu.
Não se preocupe com sua perfeição. Nem com sua alma. Deus, a quem pertencemos, cuidará dela e a encherá com todas as graças, consolações e bênçãos do amor divino. Deus assegurará a felicidade, nos adverte Santa Joana Francisca de Chantal.
No momento, a prática é o que pode nos tornar perfeitos. Em poucas palavras, como podemos nos tornar perfeitos?
Poderia ser surpreendentemente semelhante ao conselho que se dá aos que esperam algum dia ter fama na Broadway: "Prática, prática, prática. É a prática que te torna perfeito."

Para refletir:

1. O que você entende por perfeição?
2. Se você fosse perfeito, como você se veria ou se sentiria?
3. Você já experimentou o perfeccionismo alguma vez?
4. Qual a forma para ser "perfeito" na tradição Salesiana que é mais atraente para você?
 5. Qual das que experimentou é a mais difícil?
6. O que seria mais proveitosa para você neste momento de sua vida?